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Poeta

 Um poeta faz-se de muita dor. E a sua alma é repleta do mais puro amor. A sua vida nunca é completa - pois ele é um eterno sonhador. Um poeta é o mais puro quimerista... Um incessante alquimista... Demiurgo de seu próprio mundo - Grande criador... UM visionário, um idealista, um fantasiador, um realista... Às vezes um ser que parece invisível, sem cheiro, nem sabor... Um forjador imprevisível, ludibriador... - Sabe o poeta que algumas poesias é uma espécie de leitura fria . O poeta é a voz daquele que clama no deserto. E mesmo quando tudo é ilusão, ao escrever, ele consegue trazer aquilo que está longe para bem perto. Ora o poeta é uma alma feliz - Ora uma alma aflita. E mesmo quando calado, sua alma grita!!! O poeta é tão forte que ele escreve sobre a dor, a alegria, o amor, a morte, o medo, o vazio e a solidão que em seu mundo vaga.        - Pois ele é a verdade e a mentira escrita que nem mesmo o tempo apaga!

Elegia noturna

 Beije meu caixão. Sinta toda dor! Beije-me com paixão. Não te sintas com pavor. Guarde a tua última oração. Negro é o sangue do amor! Aqueças o meu corpo pálido e frio. Tudo está tão triste e vazio! Ninguém me trouxe uma única murcha flor! Abrace meu caixão. Sinta toda dor. Beije minhas mãos! Dê-me o teu calor. A morte - talvez seja um sonho louco cheio de alucinação. Guarde Como recordação aquela tua última palavra que mortalmente feriu meu coração. Olhe com contemplação para a lua que no alto jaz sem cor! - Um momento de transfiguração da alma que morreu dependurada na cruz mutilada do amor. Não tivestes compaixão! - Pois de um louco amor matastes este teu anjo sonhador. Venha para o meu caixão que a noite está chuvosa e fria. Venha sentir a sensação! - Não temas a noite sombria. Somente a morte tem razão - o resto é fantasia. Ouça a última sinfonia... Beije os meus lábios gelados com os teus lábios mudos. Olhai! - Tudo está frio, parado, estranho, calado... Agora o nada é tudo....

Fria e pálida

 Deixe-me andar por este caminho cheio de espinhos, acessar a nossa árvore antiga onde há tempos atrás escupimos o nosso nome! Quero me embriagar de vinho... Deixe-me singrar por estas ondas turbulentas, Saciar-me destas saudades violentas. Esquecer a imagem sanguinolenta! Ao apagar das velas, o silêncio, um corpo imóvel da divina donzela, o atroz crime! Quero sentir em teus lábios o néctar sublime! É tarde! É tarde ela dizia! Enquanto fria e pálida morria! É o teu último beijo que torna a minha dor ainda mais profunda! Ó deuses, cuspam sem dó nesta minha face imunda!... O teu riso doentio e mortal não me apavora. Saia! Saia morte... Deste corpo agora! Mas antes venha deitar-te comigo... Venhas logo! Depois pode ser tarde demais e daqui a pouco leva muito tempo. Tudo será como um sonho antigo! Sei que encho-te de agonias quando digo que não te quero mais. - Mas é só ironia de um amor voraz! Estás ficando pálida e fria! Agora tanto faz se faço de meus braços teu abrigo... Depois d...