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Flores murchas

  Qual flor Bela e airosa fez parte da tua pálida existência? - Nem mesmo o lírio e a rosa de ti teve clemência! Nem mesmo haverá uma única flor em tua solitária lousa? Não há nem ao menos no recinto frio em que tu repousas uma única murcha flor dada de presente por alguém que sem despedir-se partiu de repente... Negras são as rosas e os lírios no campo eterno por onde os teus anjos passeiam em tuas ilusões. Não terás mortalha e nem círios. Esqueça-te destes anjos que vagueiam em tuas pálidas visões. As Flor com que tu sonhastes e regastes já não medra. - Pois não medra flor em coração de pedra! Ninguém espalhou uma única semente por este solo infértil do teu jardim funéreo. Por onde tu passas as flores fenecem efemeramente. Até mesmo um colibri morre ao tocar em tuas flores inodoras. Tu ris e tu choras... Pisais e cuspais na flor daquele esquecido canteiro... e depois recolhas e guardes a mesma flor em teu travesseiro. Para ti sobraram apenas os espinhos. Se tu pudesses... Tu rega...

Um dia...

 Um dia... Não mais que um dia tua mente insana e putrefata será consumida pela mais pura dor da melancolia. E então nesse dia tua alma se resumirá a nada. Um dia... Não mais que um dia! Um dia... Não mais que um dia tua face pálida e doente será consumida pela tirania da morte fria e imponente. Um dia... Não mais que um dia! Um dia... Não mais que um dia tua tua boca amarga e fria irá silenciar-se . E nesse dia sem haver mais alegria tu irás me procurar. Um dia... Não mais que um dia! 

A noite passada

 A noite passada, no vazio do infinito, deparei-me com um anjo pálido e doente... A noite passada,na agonia de meus agitos, veio-me uma solidão de repente... - Era a tristeza no olhar aflito,era um anjo vagando no tormento, era o eco estrondoso de um grito de pura dor e lamento... Era um sangue negro que escorria sobre a minha face doentia, era o anjo da morte a me buscar, era a virgem sanguinolenta que no vago sombrio se perdia... - Era ela - um anjo de lábios frios e macilento usando um negro véu, n'um belo ofuscar! Era o meu próprio medo que perdia-se ao gélido vento... Era o sonho oculto da misteriosa criatura que lentamente fenecia... Era a dor poética da negra rosa - murcha flor- que na lápide abandonada e escura já não florescia... Era uma alma pusilânime... Era um devaneio exanime... O meu ego em letargia... - Era a triste vida que de mim já se esquecia!...