Elegia noturna
Beije meu caixão. Sinta toda dor! Beije-me com paixão. Não te sintas com pavor. Guarde a tua última oração. Negro é o sangue do amor! Aqueças o meu corpo pálido e frio. Tudo está tão triste e vazio! Ninguém me trouxe uma única murcha flor! Abrace meu caixão. Sinta toda dor. Beije minhas mãos! Dê-me o teu calor. A morte - talvez seja um sonho louco cheio de alucinação. Guarde Como recordação aquela tua última palavra que mortalmente feriu meu coração. Olhe com contemplação para a lua que no alto jaz sem cor! - Um momento de transfiguração da alma que morreu dependurada na cruz mutilada do amor. Não tivestes compaixão! - Pois de um louco amor matastes este teu anjo sonhador. Venha para o meu caixão que a noite está chuvosa e fria. Venha sentir a sensação! - Não temas a noite sombria. Somente a morte tem razão - o resto é fantasia. Ouça a última sinfonia... Beije os meus lábios gelados com os teus lábios mudos. Olhai! - Tudo está frio, parado, estranho, calado... Agora o nada é tudo....